Aos que seguem o blog, desculpas pela demora em atualizar este espaço. Estou meio omisso, é verdade. Tenho muitas coisas para dividir com vocês...ainda estamos em fevereiro mas bastante coisa já aconteceu aqui na terra da rainha.
Ontem o Brasil enfrentou a Itália aqui no Emirates, do lado de casa. Eu achava que Londres tinha uma comunidade brasileira grande mas deu para ver que não faltam italianos por aqui. A impressão é de que haviam 3 italianos para cada brasileiro no estádio. Eles fizeram bastante barulho mas no fim quem saiu comemorando fomos nós. A seleção jogou um "partidaço", Robinho trouxe os ingleses para a nossa torcida com um gol de placa e os italianos lá da agência (giuseppe e stefano - que inclusive foram ao jogo comigo) estão tendo que aguentar a "marra". BRASIL!!!!
Uma das melhores coisas de se estar em Londres é definitivamente explorar as diversas opções culturais que a cidade oferece. Com seus museus, galerias, parques, teatros e tantas outras expressões, mais do que qualquer outra coisa, Londres é rock. Mesmo sem ter a sorte de estar aqui quando Beatles e Eric Clapton se apresentavam pela cidade, não perdi tempo e já comecei a aproveitar esse lado da capital inglesa.
A minha primeira "investida musical" por aqui aconteceu numa quarta-feira. Saí direto do trabalho para Brixton (bairro que já serviu de nome até para música do The Clash), rumo à Carling Academy, para assistir Ryan Adams and the Cardinals.
O lugar, que já abrigou performances de nomes como Rolling Stones, Bob Dylan e Radiohead, é o meio do caminho entre espaços intimistas e grandes arenas sem alma. Explico: apesar de comportar 5.000 pessoas, o ambiente da Brixton Academy permite que banda e público interajam de maneira bem próxima...o palco é baixo, o público fica bem perto e ninguém precisa de um telão para ver o que acontece.
A fachada:
Um registro da noite:
Logo na semana seguinte fiquei sabendo lá na agência que o Franz Ferdinand faria um show secreto e não divulgado num clube perto da oxford street, para testar algumas músicas do disco novo ao vivo. Não pensei duas vezes e lá fui eu enfrentar o frio e a fila para assistir a banda.
E valeu muito a pena...o show foi para apenas as primeiras duzentas pessoas da fila, eu fiquei literalmente de frente para a banda (tive que desviar do baixo pelos menos umas 3 vezes para não ser acertado) e o preço da noite, que para uma performance dessas varia entre 30 e 45 pounds, foi apenas 4 pounds (pelo fato de ser um show secreto, então pouca gente sabia que a banda que iria tocar era o Franz Ferdinand). Melhor impossível.
PS: Os comentários não estavam habilitados para todos...corrigi isso nesse post...então, vão em frente...comentem, façam sugestões, dêem um alô...é para isso que o blog existe.
Ainda causa certo estranhamento acordar, olhar pela janela e ver lá embaixo as pessoas de guarda-chuva, à caminho do trabalho, atravessando Drayton Park. É uma sensação diferente, um certo distanciamento que deixa evidente o fato de que essa janela para o parque tornou-se meu pequeno mundo particular faz muito pouco tempo. Logo essa sensação vai dando lugar à um sentimento de certeza que talvez só quem já sonhou com campos de morango e submarinos amarelos entenda.
Todo dia, quando é minha vez de atravessar Drayton Park rumo ao trabalho, vou vendo um pouquinho de muita gente querida pelo caminho. Pequenas coisas vão me lembrando da família e dos amigos, daqueles que acompanharam o longo caminho que precisei trilhar até a pacata rua de Drayton Park. Surge uma vontade enorme de dividir com vocês essa experiência maravilhosa que estou vivendo.
Essa é a razão da existência deste blog. É um canal de comunicação onde, pelo menos virtualmente, podemos encurtar a distância entre nós. Sempre que puder (veja bem, sempre que puder) vou escrever um pouco do que acontece comigo aqui na terra da rainha.
"A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."